sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

No Jardim dos Guainumbys. A Guainumby Turismo convida amigos, colegas de trabalho e pessoas que gostam de participar de trabalhos de cunho sócio-cultural-ambiental a participar da Campanha "No Jardim dos Guainumbys", trabalho que busca promover a leitura através de formação de bibliotecas nas comunidades pelo interior do Estado, abrindo o espaço com apresentação cultural de grupos independentes e parceiros da Empresa.

Se você tem livros didático, pára-didáticos e revistas que não use mais e possa doar ou tenha algum trabalho de cunho artístico, que possa apresentar no dia da inauguração da biblioteca comunitária agradeceremos a participação. Qualquer doação neste sentido será muito bem vinda!!!

Ajude-nos a florir os Jardins de várias crianças e jovens pelo nosso Grande Pará!

Contatos:

Sheila Oliveira Brecheret: 91-88914118 /82175269
Arivaldo Brito: 91-88241802
Rodrigo Gomes: 91-84104747

Email para mais informações:
receptivoguainumbytur@yahoo.com.br

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Parabéns Belém pelos seus 395 anos!!!

Belém com seus Traços!

Quando falamos de Amazônia lembramos dos nativos que vivem por aqui, lembramos dos caboclos, dos índios e de suas tradições. Nós paraenses fazemos muitas coisas por tradição, por exemplo, tomar açaí com peixe, com charque ou camarão fritos. Pegar a manga "do pé" pra comer, comer o tal do xibé*, do tacacá*...Falamos : - égua maninho! Arreda*! Vixi Maria! Pai D'égua! Temos em nossas florestas a cura para todos os nossos problemas...na verdade para os teus também. O que dizer da andirioba*, da copaiba,* do "carrapatinho", do "chega-te a mim"...do viagra natural...?! E o cheirinho da Priprioca* e do Patchouli* que dão um ar todo especial à cidade das mangueiras, que com sua cor morena e seus sabores encantam qualquer visitante que nos presenteia com sua presença!
Belém está fazendo 395 aninhos, jovem, cheia de vida, de história e culturas.! 
Hoje presto a minha homenagem falando sobre uma tradição indígena que faz parte de uma das City Tours que faço aqui por Belém. Vou apresentar à vocês o Jenipapo e suas propriedades.

Este é o jenipapo (Genipa Americana), ainda verde. Maduro ele é semelhante a um maracujá velho, sua casca é de cor amarelo queimado. e aspecto não muito agradável.
O jenipapo é uma árvore de madeira esbranquiçada e que não exige muitos cuidados para o seu cultivo. De sua madeira pode-se fazer esculturas, tornos, coronhas de armas de fogo, entre outros. Mas o que realmente nos interessa aqui é a sua propriedade contida no tronco, na casca da fruta e no fruto propriamente dito, o Tanino, responsável pela tinta que os índios utilizam para fazer as suas pinturas corporais. A fruta é meio esponjosa quando madura e é utilizada para fazer licor e compotas, quando ainda verde o suco que dela é retirado serve para tratar a enterite, inflamação do intestino que provoca diarréia, võmito e febre.
Mas agora permitam-me relatar o processo de preparo da tinta.
1º Quanto mais verde o fruto estiver melhor, pois quando jovem ele carrega maior concentração de tanino.
2º Nada de bater em liquidificador para facilitar o trabalho, você terá é mais trabalho e pouca produtividade.
3º Use uma luva se não quiser ficar com sua mãozinha TODA preta, pois quando sua pele entra em contato com o suco da fruta ela automáticamente ja tinge, mas você não vê. Somente depois de algumas horas.
4º Cuidado ao manusear o jenipapo, é muito fácil manchar as coisas com ele, e como não vemos logo de início a sua cor, não dá pra saber onde estamos sujando, por isso escolha um lugar apropriado para o preparo.
5º Algumas pessoas usam carvão para acelerar ou atribuir mais rapidamente a cor a tinta, mas ela escurece sozinha.

Você vai precisar:
  • Do fruto, para início três está bom;
  • De um ralador;
  • De uma vasilha somente para isso;
  • De uma peneira;
  • De luvas;
Preparo:
Rale o fruto, de preferência sem a casca. A massa obtida, comprima com as mãos para obter agora, o suco da fruta. Faça isso com os demais frutos. penere e deixe descançar ao ar livre (durante alguns dias), pois é o contato com o ar que faz o suco, que sai de cor esverdeada-azulada, oxidar, escurecendo portanto.
A tinta engrossa em contato com o ar também, pois vai evaporando.
Algumas pessoas colocam carvão, mas creio que seja desnecessário, pois tinge da mesma maneira se não acrescentar este ingrediente.
Depois, é só pintar!

Obs.: A tinta só sai da pele após 10 ou 15 dias da pintura feita,  dependendo do tempo de maturação do fruto. portanto, nada de passar, álcool, acetona, palha de aço...rsrs! sairá naturalmente conforme você toma banho!
O Grupo Guainumby Turismo, empresa para qual presto serviços, têm um city tour especialmente dedicado a este assunto. Gostaria de aproveitar o ensejo para lhe convidar -lhe a conhecer não somente este produto, mas todos os demais que fazem parte da filosofia de trabalho da Empresa. O jeito Guainumby de viver!


Minha homenagem à Belém hoje fica por conta de um de seus traços, o indígena, espero que tenham curtido!



Vocabulário usado no texto:

* Xibé: mistura de farinha com água (e alguns colocavam açucar), hoje se acrescenta alguns temperos (e caldo de peixe).
*Tacacá: uma espécie de sopa. É servido na Cuia (prato feito do cuieiro, ou cabaça), com a goma de tapioca no fundo, o tucupi, jambú, camarão e uma pimentinha. Prato servido quente!
* Arreda, o mesmo que afaste.
* Andiroba: árvore da família das Meliáceas, de onde é extraído um óleo que tem função curativa sobre contusões e cutâneos.
*Copaíba: é uma árvore Cesalpinoídea, dela também extraímos um óleo que tem função anti-inflamatória e cicatrizante.
*Patchouli e Priprioca: palnatas da onde são extraídas as essências do Pará, fazem parte da lista dos "cheirinhos do Pará", são encontrados na Feira do ver-o-peso.