sábado, 28 de dezembro de 2013

O que toda mulher inteligente deve saber...


É um livro que, mal explorado, transformaria uma mente feminina em uma mente criminosa, e contra si mesma. Viver não é complicado, mas o ser humano e seu complexo sistema não nos permite criar um simples guia comportamental sobre homens e mulheres. Confesso que minhas expectativas sobre esta leitura eram muito boas, pois a princípio esperava deparar - me com um texto leve e cômico, mas o que encontrei foi uma maçante repetição da frase: O que toda mulher inteligente deve saber e um vasto acervo de atitudes que vistas rapidamente nos permitem rotular determinadas situações e julgar precipitadamente algo que requer cuidado e, com certa inclinação, uma iluminação divina para lidar sabiamente.
Conheço casais com mais de 30 anos de casados que não passam um dia sem uma gostosa discussão, e são felizes. Observo este casamento feliz e comparo com este "guia", se fosse usá-lo diagnosticaria o marido como um homem frio e dominador que não ama a esposa e ela como uma escrava do seu relacionamento que comete muitas das gafes que o livro recomenda não fazer. Cada um de nós temos em nossos lares uma forma peculiar de nos relacionarmos, claro que existem casos que requerem ajuda de um profissional para lidar com a situação, mas de maneira geral somos capazes de produzir um relacionamento saudável cometendo as gafes que são citadas, pois assim como nós mulheres erramos de vez em quando, eles também erra. E assim construimos nossas histórias, descobrimos e aprendemos a respeitar as nossas diferenças e aprendemos a olhar com cuidado e sabedoria os erros e, a partir daí decidirmos se vamos fechar ou abrir essas "gavetas". Cabe a cada um decidir o que realmente lhe machuca e até onde fere seus principios.
Hoje vejo que não há mais um livro de auto ajuda  desse tema em especial que possa de fato ajudar, pois quando olhamos para uma obra assim nos deparamos com uma arte contemporânea onde cada um forma seu próprio conceito do que vê e nenhum está errado. Para a arte contemporânea em si este resultado é intencionalmente satisfatório, mas para um livro que almeja ajudar mulheres frágeis se tornarem mais inteligentes é perigoso, cada uma irá interpretar e fazer o que melhor achar com os conselhos tão exatos e levemente distantes da realidade de cada indivíduo. Seria triste ver que até os livros buscam diagnosticar a vida como os médicos de má vontade nos hospitais de nosso país que olham febre e dor no corpo e já tratam como virose...um ditado que há muito ouço poderia resumir meu pequeno texto: cada cabeça uma sentença.
Uma mulher inteligente deveria antes de tudo, saber que inteligência emocional e amor com uma pitada de caráter divino é a única coisa importante a se praticar, pois a nossa simples vida se revela complexa e interessante diante das dificuldades as quais devem ser vistas como degraus para crescermos como mulher, como ser humano, e, que atitudes e escolhas de uma pessoa não devem ser baseadas somente em um comportamento de censo comum. Saber hora certa de sair de um relacionamento ou situação deve vir de análise de todos os fatos e de escolhas justas.
Se machucar, se privar, se transgredir ou proporcionar isto a alguém não são conselhos divinos , podemos partir para uma escolha de como podemos agir em nosso relacionamentos  e o que realmente é ser inteligente.